domingo, abril 19, 2020

PROF VOCÊ TEM MEDO DE MORRER

"Prof. você tem medo de morrer?" Esta foi a pergunta que meu aluno Raphael me fez quando cheguei para dar aula naquele dia 08/03/2019. tina sido precisamente naquela manhã que tinha recebido o diagnóstico prévio que estava com câncer na
próstata com metástases na medula e coluna. Fiquei pensando que coisa, logo hoje! O que será  que Deus está querendo me dizer?  Eu já apresentava dificuldades de locomoção e muitas dores bem visíveis percebidas pelos alunos. Quando eu ia responder "Não, não tenho medo de morrer", ele disparou, "Você deixou um legado?" Eu respondi de imediato sim, e passei a listar todas coisas que achava são legados que deixo como resultado de uma vida bem intensa e cheia de atividades. Receber o diagnóstico de câncer era coisa que eu já achava que estava preparado mas nunca estamos nem estaremos preparados para isso, vieram-me lágrimas aos olhos e fiz a pergunta que todos fazemos. Quando tempo de vida Doutor?Ele disse, neste teu quadro que depois se confirmou de Estadio IV Grau 8, talvez 6 meses. Ao chegar em casa olhei no espelho e pensei OK Deus, eu te pedi para ir embora e Você realizou meu pedido, podes me levar estou preparado. e me tranquilizei. Sim, realmente nos últimos anos eu vivia numa tristeza e depressão muito grandes e tinha decidido que o melhor seria morrer. Era essa a mensagem que eu mandava para o meu inconsciente e ele obedeceu aos pensamentos e sentimentos com que eu vivia. Sim, o nosso inconsciente obedece aos pensamentos que vivemos e sentimos os torna realidade, eu sou a prova disso. Eu tinha todas as condições físico, mentais e estilo de vida de risco para ter câncer. Depois desse dia minhas condições físicas pioraram muito, fiz biopsia, se confirmaram os diagnósticos, fiquei paraplégico e vim me tratar em Porto Alegre. Eu morava em Curitiba sozinho e minha família mora em Porto Alegre. Aqui conversei com minhas filhas e prometi-lhes que iria mudar minha forma de pensar a vida, eu tinha uma neta com 6 meses de vida e ela se tornou meu foco em viver, estabeleci metas para festejar os próximos aniversários dela. Primeira meta o de um ano, que consegui realizar! Ao me hospitalizar para o tratamento eu estabeleci algumas coisas para mim:
1- querer viver. Percebi que é muito egoismo da nossa parte querer morrer ou se deixar ficar doente sem pensar no sofrimento que causamos aos nossos familiares e amigos;
2 - ninguém tinha nada a ver com minha doença, então não poderia descarregar meu sofrimento e frustrações nos outros;
3 - aproveitaria a oportunidade para tentar ser uma pessoa melhor e aprender com tudo que me acontecesse e
4 - ser um meio de transmitir alegria, esperança e Luz para meus colegas de hospital.
Depois de um ano de jornada, com várias internações, duas cirurgias, radioterapia e quimioterapia, acho que tenho conseguido atingir em parte meus objetivos. A partir dos tratamentos minhas condições de mobilidade, equilíbrio melhoraram significativamente e eu pude ter uma autonomia e independência de vida grandes. Até que um ano depois o PSA subiu de novo, o remédio que tomava perdeu o efeito, como já era previsto que aconteceria um dia, voltaram as dificuldades, dores, confusão mental, perda de visão e prostração. tive que voltar a fazer exames. Um tumor do tamanho de uma bergamota, segundo o médico estava no meio do meu cérebro. Entre o sistema límbico e o reptiliano, o que explicava uma série de coisas que me aconteciam. Bom, aquela correria para operar e retirar, o que foi feito com sucesso. Agora estou esperando para iniciar a radioterapia no remanescente do tumor e continuar a hormonoterapia para a próstata com o novo remédio, que irá dar certo. Será assim minha vida, daqui para a frente, aprender a viver sem parte da visão, controlar para ver se outras metástases aparecem e controlar quando este novo remédio perder a força e achar outro. será assim daqui para a frente, me cuidando muito e eliminando todos fatores de risco  na alimentação, estilo de vida e principalmente forma de pensar e sentir a minha vida.
O sentimento e a vibração são o segredo. Em resumo muita Fé!! Que eu tenho. De tudo isto quais lições  posso tirar e que podem ajudar você que está me lendo? Aqui vão: - Prevenção e controle são fundamentais. E falar de controle da próstata não é falar do exame de toque só. Temos que falar das consequências de um câncer deste tipo. Sei bem quais são, não imaginava que fosse tão difícil e nefasto. Vá ao médico e se informe, não deixe lá para trás dentro da sua mente e fique no depois. Vá por mim é muito ruim! - Cuidado com sua alimentação. Tanto física como mental. Cuide de seus pensamentos e de como sente a vida. Veja meu caso, funcionou tanto para atrair a doença como para trazer melhoras. Eu estabeleci várias metas de recuperação e celebrava cada vitoriazinha que obtinha, tipo conseguir caminhar, conseguir tomar banho sozinho e mais outras deste tipo. Caso você esteja com a doença e em tratamento, cuide como pensa em relação aos remédios, muita gente me falou é um veneno, você vai morrer da quimioterapia. Realmente não é nada fácil, os efeitos são terríveis, eu acho que as pessoas desistem pelos feitos do tratamento e não da doença em si. Mas eu sempre meditava e falava com meu corpo, isto aqui é bom, é o remédio que nos vai curar, aceita bem, não provoque efeitos colaterais. Eu acho que funcionou, testei pensar e sentir das duas maneiras. Sentir alegria de receber o remédio faz muito melhor. Não se acanhe de pedir ajuda. Esta doença se vence em equipe multidisciplinar, família, cuidadores, equipe da saúde, do hospital, médica, nutricionista, etc. Sem equipe unida e focada não existe vitória. Ah sem esquecer do Projeto Camaleão! Aqui uma palavra especial, muito obrigado por me acolherem. O Projeto só faz bem e ajuda muito a suplantar as dificuldades. Não deixe de participar como paciente, fará toda a diferença na sua recuperação. E para quem não é paciente ajude a manter o projeto, você não imagina o bem que faz. Se posso dizer algo para você em relação ao câncer é, se ciode muito, previna-se de todas as maneiras, atenção aos pequenos detalhes e sinais que o corpo dá, às pequenas dorzinhas e vá no médico! Se fizesse o que estou dizendo não estaria qui agora. Ninguém sabe quanto tempo vai viver, para quem tinha 6 meses já ultrapassei em dobro essa meta, agora não sei quanto tempo mais vou viver mas tenho a certeza apenas de celebrar mais um dia a cada manhã e aproveitar. Viver cada dia de cada vez, foco no presente com cuidados para um futuro ainda longo. AVANTE!!!

quinta-feira, abril 09, 2020

REFLEXÕES



MEDIR, medir para quê, como?

Gostamos de medir, comparar, valorizar.
Achar um tamanho para tudo.
Até quantificar os sentimentos!
Sempre achar um padrão.
Queremos ser únicos e maiores, sempre.
Desde pequenos nos confrontam.
De quem gostas mais?
Qual o tamanho do teu gostar?
Quanto vale este beijo?
Nos fazem sempre questionar,
Qual o tamanho do meu abraço?
Quanto vale um beijo, um sorriso?
Um aperto de mão?
Será que consigo medir meu sentimento?
Qual o tamanho do meu gostar?
Como valorizar minha atenção?
Meu carinho?
Não sei.
Então, quando me perguntares,
Quanto vale este abraço,
Qual o tamanho deste beijo,
Qual a profundidade desse sentimento?
Dir-te-ei,
São do tamanho da beleza
de uma infinitesimal gotinha de orvalho,
Milimetricamente pousada por Deus,
Naquela especificamente posicionada bela pétala,
Para que no primeiro raio de luz da manhã,
Brilhe qual uma áurea pepita!
Que só se mostra para quem a ela dá a merecida atenção.
Meu beijo?
Ah meu beijo é desse tamanho, da grandeza desse olhar.

Apontando e afiando!


Nunca consegui apontar um lápis direito.
Ou afiar como se dizia onde eu nasci.
Era um dos meus medos na escola.
Não conseguir apontar um sem que quebrasse várias pontas.
Juro que tentava. E muito. Com cuidado.
Tentava fazer aquelas pontas lindas, em cone afunilando,
Com a madeira milimetricamente circular.
Mas não conseguia. Nunca consegui.
Até hoje persigo essa perfeição.
Minha mãe reclamava que meus lápis duravam pouco.
Me obrigava a usar o lápis até ao limite.
Mesmo assim, não conseguia apontar de primeira.
Ia bem devagar equilibrando exatamente no centro,
Mas quando achava que ia bem,
Lá vinha aquele barulho aterrorizante.
Pronto, mais uma ponta quebrada.
Mais uma frustação, e o medo e a insegurança aumentando.
Quando podia pedia a um colega para apontar.
Era terrível ver aquele olhar brilhante e orgulhoso de superioridade,
Me entregando o meu lápis perfeitamente apontado!
E a sobra em flor?
Se apontar já era um martírio,
O que dizer de conseguir levar a sobra da madeira numa peça única?
Nunca consegui.
Talvez por isso,
Agora tenho uma coleção imensa de lápis,
Dezenas, centenas.
E todo o tipo de apontadores. Plásticos de metal, grandes, pequenos.
Até um daqueles de escritório, com manivela comprei.
Minha esperança se foi, nem com esse consegui.
Meu sonho agora é ter um daqueles elétrico, onde basta enfiar o lápis
E ... em 3 segundos temos o lápis perfeito.
Antes disso, continuo tentando aquela ponta perfeita.
E em dias em que me sinto triste, desapontado, frustrado como hoje.
Me bate uma nostalgia, pego meus lápis,
meus apontadores e vou afiando, apontando.
Um atrás do outro, até achar a ponta quase perfeita.
Até me sentir melhor. Até recuperar a confiança.
O índice que pontas quebradas diminuiu,
Ainda não consegui aquelas pontas perfeitas, quase chego lá.
Mas agora não tenho mais medo nem se sinto mal por isso.
O que importa é saber que não desisti,
Que a cada dia a ponta fica melhor,
Um dia conseguirei aquela ponta perfeita e uma flor da madeira!
Melhor não comprar o apontador elétrico.
Seguirei tentando no de plástico mais simples.
Me desafiando, afinado e apontando
Ao lápis e a mim.


Me deixem ser assim!


Sim, me deixem, me permitam ficar triste,
Me deixem mergulhar na imensidão da minha quietude.
Na minha tristeza.
Me deixem ser triste por um momento, um dia, um mês,
pelo tempo que durar a minha melancolia.
Na minha tristeza.
Me deixem quieto, na minha solidão, na profundidade interior,
nas dores do meu coração.
Na minha tristeza.
Me deixem viver nas minhas saudades, nas minhas reflexões,
Nas vontades não conseguidas.
Na minha tristeza.
Me deixem viver nas minhas incongruências, nas minhas frustrações,
Nos meus dissabores.
Na minha tristeza.
Me deixem ser incompreendido, ser incapaz, fracassar,
Não vos atender.
Não ser o que me desejam, o que esperam de mim,
Vos decepcionar e não amar.
Me deixem me angustiar com isso,
com a vossa decepção.
Me deixem na minha tristeza.
Não me exijam riqueza, sucesso, entusiasmo e risadas vãs.
Não exijam que seja o que não sou.
Me deixem ser... ser como sou.
Me deixem com minha tristeza.
Assim eu sou, sem saber quem sou.


QUERO DECRETAR
Novembro, 3 2016
Queria ser legislador,
Para poder decretar, uma lei de validade mundial.
Uma Lei suprema, uma de validade total.
Vou pedir aos donos do mundo, aos senhores da ONU,
Que façam valer a partir de agora, já.
Que fica decretado que a qualquer tempo e lugar,
Promessas depois de beijos apaixonados,
Percam a validade depois de uma noite de sono profundo e feliz.
Promessas feitas durante o amor e após o orgasmo,
Percam a validade depois do banho a dois.
Promessas de passeios de mão dada no pôr do sol,
Sejam esquecidas depois de algumas horas de conversa a dois.
Promessas de piqueniques no parque,
Sejam esquecidas depois do beijo de despedida.
Promessas de viagens loucas pelo mundo,
Percam a validade depois de uma risada prazerosa sem motivo.
Promessas de dedicação e cuidados eternos,
Percam a validade depois do primeiro pôr do sol a dois.
Promessas de ver o nascer do dia junto,
Promessas de café da manhã na cama,
Promessas de chorar, de sofrer, de rir e sonhar juntos.
Todas essas promessas bobas, bregas lindas e gostosas.
Sim, todas essas e as outras sem razão.
Todas elas deixam de valer e serão esquecidas para sempre.
Depois de um adeus sem volta. Depois da falta de atenção.
Todas, todas, todas elas aqui e no universo,
Percam a validade e sejam esquecidas a partir de agora.
Só não perdem a validade e não serão esquecidas,
aquelas que te fiz e o que sinto por você!
Sim, essas continuam valendo.
Ocin, o Aprendiz
NÃO SE ROUBE MAIS A SI PRÓPRIO!
Que vivemos numa cultura generalizada do Roubo é um fato. Nos roubam e roubamos nós também todos os dias, em tangíveis e intangíveis.
Senão vejamos. Te roubam dos 20 centavos ou menos nos trocos que não te dão, até aos bilhões que os gestores públicos mal usam ou desviam para fora do país.
Também te rouba a diarista nos produtos e instrumentos que não te devolve. É alguém que te rouba tirando uma bala da tua mesa de trabalho. A moça que lava a tua roupa e não te devolve um cabide rouba também.
Te rouba quem te contrata profissionalmente, não te pagando o combinado, o teu patrão quando te engana no teu salário ou não deposita teus direitos. Também o Síndico quando mal usa a tua parcela do condomínio. E muitos outros roubos do mesmo tipo são cometidos, para além daqueles deliberados e notoriamente rotulados como tal.
Te roubam inconsciente, por hábito, por exemplo, por desrespeito ou conscientemente. Qualquer um deles é roubo, apropriação indébita de algo que te pertence. Mas não é assim que a cultura em curso pensa, mas a Lei é clara.
Te roubam aqueles que delapidam o patrimônio público pois o teu dinheiro dos impostos está sendo desviado para outros fins que não os estabelecidos na Lei.
Estes são os roubos tangíveis que constantemente te fazem e talvez a maioria de nós façamos sem perceber. Contudo, os piores são os intangíveis. Esses são os mais fortes, e por não serem visíveis os menos percebidos mas nem por isso os que mais profundo causam efeitos pessoalmente e em toda a sociedade.
Quando alguém, ou você se atrasa por falta de cuidado para um encontro, está roubando o tempo, teu e dos outros. Também é roubo quando se usa o poder da hierarquia para achaque, manipulação ou assédio moral. Está se roubando a dignidade, a liberdade e a individualidade. Se rouba também quando te fazem esperar nas filas dos serviços de saúde, em algum atendimento qualquer. te roubam o respeito. Ás vezes nesses casos se roubam até vidas.
Se rouba também quando se uma regra ou Lei é transgredida, se rouba a previsibilidade de circular livremente e em segurança. Te rouba a liberdade o guardador de carros na rua, bem como o agente de segurança que te achaca.
Roubam e roubamos também pais, parentes, professores e qualquer outra instituição de educação quando não se impõe, se esconde, omite da responsabilidade de dizer não ou avaliar, criticar e punir desvios de conduta e ações de falta de respeito. Neste caso está se roubando a base de uma educação pensando no futuro e não na comodidade e satisfação do presente.
Tudo isso é roubo da cidadania, da liberdade, da individualidade, da dignidade, dos direito humanos. Dos princípios básicos da sociedade organizada e do direito individual. Este é o pior roubo. Te fazem acreditar que roubar faz parte da sociedade.
O roubo tem dois irmãos gêmeos. A conivência e a impunidade, ambos também outro tipo de roubos, não diretos mas roubos também. Na verdade são partes do roubo com um todo, uma trindade uma e indivisível. Que leva toda a sociedade a achar que a normalidade é o roubo.
Mas pior, muito pior diria, que o roubo intangível da nossa dignidade, individualidade e direitos básicos é o roubo que cometemos quando nos auto roubamos acreditando e aceitando que não temos direito à liberdade, individualidade, ao crescimento, a sermos felizes, ao sucesso. Quando somos coniventes e aceitamos qualquer forma de prepotência, manipulação e subjugação. E quando nos roubamos nossos sonhos, principalmente.
Está na hora de refletir todos os roubos que cometemos, vamos mudar esta cultura!
OCIN, Aprendiz de Xinganje



QUERO SER TEU...


Quero ser teu, para que me faças bem, para me acalmar e perder no teu sorriso.
Quero ser teu, para ficar em teus braços, para me realizar e perder no teu perfume.
Quero ser teu, para que possas me possuir, para me completar e perder na tua fala.
Quero ser teu, para me acalmares, para te abraçar e me perder no teu beijo.
Quero ser teu, para esquecer tudo, para poder viver e perder no teu olhar.
Quero ser teu, para te fazer carinhos, para te fazer feliz e perder nas tuas vontades.
Quero ser teu, para sentir saudade, para te reencontrar e perder no prazer da tua presença.
Quero ser teu, para ficar inquieto, para ficar inseguro e perder na tua distância.
Quero ser teu, nem que seja só em mim pelo medo da tua indiferença.


GOSTAR DE TI

Gosto de ti por minha expectativa, por minha insegurança.
Por tua incerteza, e a surpresa,
Por falta de controle, gosto de ti mesmo assim.
Também gosto de ti, pelo risco,
Gosto de ti, pela inquietude e por teu esquecimento.
Mesmo assim, não acreditando, como é bom gostar de ti!


NÃO TE CONHEÇO, MAS TE RECONHECI


Ainda não te conheço e te reconheci no teu sorriso doce e calmo,
Na cor dos teus olhos e no teu olhar brilhante para mim.
Te reconheci na calma e segurança que me transmitiste e
Na tua vontade de bem me querer. No convite a preencher teu coração.
Te reconheci quando cerraste os olhos e me senti também reconhecido.
Te reconheço na simplicidade e sinceridade que me acolheste,
no rosto vermelho, na timidez e perturbação com meus elogios e carinho.
Te reconheci no desafio de te dar acarinhar e fazer feliz,
na tua certeza que farás o mesmo. Na tua confiança e determinação.
Te reconheço na tua sinceridade.
Sim, te reconheci antes mesmo disso tudo.
Lúcia, te conheci e logo te reconheci na tua mão macia que não queríamos soltar.
E principalmente... no beijo espontâneo e aveludo da despedida.


VIAGEM
Na escuridão da insônia,
Parti na lembrança do teu beijo.
Naveguei pelo rio do teu corpo.
Desaguei no mar da saudade.
Cheguei ao porto da solidão.

AINDA É TEMPO
Num sobressalto à mente, de novo me veio.
Nunca uma pipa consegui soltar!
Andar de bicicleta sem mão, fiz,
Muitos esportes, joguei, experimentei.
Viajei, acampei, mergulhei, nadei.
Muitas coisas aprendi.
Mas soltar pipa, nunca consegui.
Aqueles gestos rápidos e bruscos
de comando, nunca fui capaz.
Pairar aquele objeto pelos ares,
aprender sempre sonhei.
Tentei, mas não realizei.
Ainda tempo terei?


Domingo à noite:

"Tenho tudo, nada me pertence. 
Sou vários e estou nenhum.
Sou tudo e nada! 
Sou universo e estou essência, 
Sou eu!"



DEPRESSÃO ...

Onde estás, quando brado por ti,
Em madrugadas perturbadoras
Sem força de reagir fico?
Onde estás, quando ando perdido,
Sem rumo, nem força?
Onde estás, quando nem acordar,
E nem levantar tenho força?
Onde estás, quando vazio,
Busco força para querer?
Onde estás, quando apático,
Quero um motivo de força?
Onde estás, quando deitado,
Deixo a minha força se esvair?
Onde estás, quando cego,
Não vejo força nas oportunidades?
Onde estás, quando em desespero,
Peço a força da vontade?
Ondes estás, quando descrente,
A força da Fé, deixei fugir?
Onde estás, quando orgulhoso,
Te Ti me afastei?
Onde estás, quando sem força,
Agora não Te vejo mais?
Vem meu Deus, 
De novo junto a mim,
Me trazer a Força,
Me trazer a vida de volta,
Me trazer o Teu conforto,
Me trazer os motivos,
Resgatar minha vontade,
Só assim poderei continuar,
Buscando a FÉ... licidade!


Ele, sempre ele.

Ele sempre presente,
Unindo, separando, matando. 
Ele calmo, acolhedor convidando a partida.
Ele raivoso, assustador, matador.
Ele unindo, separando, matando.
Ele imenso, desafiador e inspirador.
Ele que engoliu.
Ele salgado de tantas lágrimas. 
Ele começo, ele fim.
Ele sempre esperança. .
A todos fugidos de todas as guerras.
Eu também um desses.
A todos buscadores de si próprios. 
A todos meninos de todas as idades que de alguma forma,
Ele uniu, separou, despertou, desafiou, afogou e matou.
O mar. Sempre ele!

NÃO QUERO SER INDEPENDENTE!
O mundo nos pede para sermos independentes.
Assim seremos mais livres, leves e casuais.
Líquidos!
Independentes dos outros, dos parceiros.
Da família, dos amigos, dos colegas.
Independentes de sentimentos.
Que isso nos fará viver melhor, sem dores.
Sem mágoas, sem necessidades.
Sem decepções, sem traições, sem amarras nem carências.
Mas resolvi!
Pensando bem, quero ser interdependente.
Interdependente do carinho dos filhos,
Do acordar do lado do ser amado,
Interdependente do beijo amoroso.
Do amor feito com entrega.
Interdependente dos amigos, do re encontro.
Do abraço, do carinho.
Interdependente da profundidade no pensar.
Da solidez do caráter e do sentir.
Interdependente da entrega entusiasmada,
Do convívio solto e causal,
Interdependente do erro e do aprendizado.
E do perdão,
Interdependente com as emoções.
Com a música, com o belo.
Com a arte e a cultura,
Interdependente do prazer de apreciar a natureza.
Dela e de ser parte dela.
Interdependente com o Mundo.
Parte dele e de todos.
Interdependente com Deus!
Enfim, não quero ser independente nem dependente,
Quero sendo interdependente com a vida.
Nem que isso me faça sofrer, recomeçar, decepcionar, errar, cair.
Até mesmo por vezes me frustrar e desistir.
Chega de tentar ser independente.
Vou continuar sendo aquilo que sou, um ser humano!


SEUS LINDOS OLHOS AZUIS

Seus lindos olhos azuis,
que apenas em foto vislumbro.
Pessoalmente um dia os meus encontrarão.
Através deles sua alma descobrirei,
então ...
meus lindos olhos azuis também serão.


DOMINGO

Céu nublado,
Dia cinza,
Ventinho frio,
Inverno em Curitiba.

Corpo adormecido,
Espírito sem paixão,
Sentimentos depressivos,
Domingo triste.

Tuas palavras sensíveis,
Teu beijo carinhoso,
O calor do sentimento,
Coração acelera.

O toque de teu corpo,
Tua voz baixa e quente,
O conforto de teu abraço,
A alma incendiada.

Apesar de virtual, te senti de conchinha.


VIRTUAL

Teu corpo junto ao meu,
as carícias suaves,
explorando o côncavo e o convexo.
Teus gemidos aumentam,
minha excitação também.
Minha língua desliza,
Meus dedos te penetram.
Tua umidade aumenta,
Minha rigidez também.
De forma leve e controlada,
o gozo conjunto atingimos.
Só por palavras,
meu desejo guiou tua mão.
Apesar do telefone,
senti teu corpo junto ao meu.


APENAS UMA SEMANA

Domingo te achei,
a juventude revivi.
Segunda me empolguei,
logo te perdi.
Terça de novo tentei,
frieza recebi.
Quarta mais longe fiquei,
quase sucumbi.
Quinta te reencontrei,
esperança de novo senti.
Sexta sobre estes dias pensei,
quanto intenso vivi.
Sábado ainda saberei,
se uma paixão acendi.


ME APAIXONEI ...

Na penumbra te achei,
No recorte do teu perfil me encantei,
No emaranhado de teu cabelo me enrolei,
Na luz do teu sorriso me enfeiticei,
No brilho dos teus olhos me inspirei,
Na maciez das tuas mão me agarrei,
Nos teus seios  delicados me alimentei,
Na suavidade de tuas curvas me perdi,
Na perfeição de teu colo mergulhei,
Nas tuas coxas  grossas me entrelacei,
Na profundidade de teu monte de Vênus escorreguei,
Num fim de semana o amor encontrei,
E, perdidamente, por ti me apaixonei.


AMORE

Pela palavra Amore me chama,
Ao escutar Amore me submeto,

Pela palavra Amore me toca,
Ao escutar Amore me acalmo,

Pela palavra Amore me acaricia,
Ao escutar Amore me incendeio,

Pela palavra Amore me beija,
Ao escutar Amore me ilumino,

Pela palavra Amore me elogia,
Ao escutar Amore me enlevo.

Pela palavra Amore me inspira,
Ao escutar Amore me rendo,

Ao me tratares por Amore me conquistas.




GAROTO

Ser garoto já fui,
Mas tão garoto não mais sou.

Ser garoto sempre busco,
Mas tão garoto não mais sou.

Ser garoto é entusiasmo,
Mas tão garoto não mais sou.

Ser garoto é confiança,
Mas tão garoto não mais sou.

Ser garoto é futuro,
Mas tão garoto não mais sou.

Ser garoto é alegria,
Mas tão garoto não mais sou.

Mas com certeza,
um certo garoto volto a ser,
quando assim te escuto dizer.

segunda-feira, janeiro 27, 2020

A POLTRONA - Filme e roteiro premiado







“A POLTRONA”


Roteiro premiado no Festival de Cinema de Curitiba e Prêmio de melhor ator no Festival de Natal. 








FADE IN :

Com fundo preto e letras em branco tipo manuscrito:

“A todas as Anas, Luizas, Lourdes e Marias que fazem das suas vidas um sacerdócio em benefício das vidas de seus maridos e filhos. E em especial a uma Maria que também é Lourdes, minha Mãe.”

 1 – CASA DE INÊS/LUIZ - CHURRASQUEIRA – INT./DIA

No fundo do quintal pequeno da casa de Inês e Luiz, existe uma construção (chamada de churrasqueira) com uma varanda/sala grande, numa das paredes laterais existe uma churrasqueira com uma pia e um balcão de ambos os lados. No meio da varanda/sala uma mesa grande rústica com bancos de correr dos lados. Nada nas paredes. Inês 59 anos, magra, vestida com roupas simples sem afetação, ar cansado está sentada numa poltrona no meio da varanda/sala.

INÍCIO DE FLASH BACK.

 2 – PORTÃO NA FRENTE DA CASA – EXT/DIA

Manhã de sol luminosa com sons de pássaros cantando, rua típica residencial. Luiz, 60 anos, marido de Inês, cabelo grisalho bem penteado, estatura média vestido de terno e gravata está saindo de casa através de um portão com grades. Ele carrega uma pasta simples. O muro também é de grades metálicas altas com pontas aguçadas. Inês está ajeitando a gravata de Luiz.

LUIZ
Inês, não se preocupe! Está bom !

INÊS
Tenho que me preocupar sim, Luiz.

LUIZ
(Saindo)
Mas não precisa exagerar.

INÊS
Não é exagero não!

LUIZ
Finalmente ! Amanhã acab tudo isto.

INÊS
Tudo bem, mas eu não vou deixar você andar mal arrumado. Tenho que cuidar bem do meu velho. Ainda mais agora que ele vai ficar todo o tempo do meu lado.

Luiz se despede dando um beijo na testa de Inês, esta faz um carinho nele. Enquanto Luiz fecha o portão e vai se afastando, Inês fica observando do lado de dentro agarrada nas barras do portão.